Mesmo remando contra a maré o Brasil vai para frente

O desastre climático ocorrido no Rio Grande do Sul continua ter seus impactos. Esta é a maior tragédia ocorrida no país nos últimos tempos e a destruição continua. Eis o preço que pagamos por agredir a natureza. As previsões para o futuro são terríveis: desastres como este serão cada vez mais frequentes. Temos de fazer uma completa revisão dos nossos conceitos de urbanismo.

Li um poema, muito significativo, dando voz ao rio, que pede desculpas, pois não era a sua intenção destruir nada. Ele só queria passar, mas obstruíram sua passagem e ocuparam seus vales de expansão. De fato, estamos assistindo a natureza retomar os espaços que lhe subtraíram. Vemos isto nos rios e no mar. Mais uma dificuldade para o governo Lula, que tem procurado dar todo o atendimento às populações atingidas, o que exige e exigirá grandes gastos para a reconstrução, sobrecarregando o orçamento, já tão apertado. Enquanto todos se desdobram para ajudar os gaúchos, a canalha ‘bolsomínia’ se diverte em espalhar mais fakes e um grupo de parlamentares continua sua peregrinação pelos EUA, tentando difamar o governo e o país. Uma cena ridícula e cômica foi vista quando uma parlamentar americana fez um discurso defendendo a democracia no Brasil e desdizendo as acusações que os parlamentares brasileiros faziam.

Enquanto isso, no Congresso, a gangue comandada pela dupla Pacheco – Lira mantém a tensão, procurando derrubar vários vetos de Lula a leis aprovadas, que aumentam irresponsavelmente as despesas, ou reduzem as receitas. A paciência do ministro Haddad parece não ter limites. Agora conseguiram negociar o veto à lei que prorrogava a desoneração da folha de pagamentos, o que tinha levado o governo a judicializar o problema, e já tinha conseguido uma primeira vitória, na liminar concedida no STF. Chegaram a uma solução conciliatória.

Mas a fúria gastadora do Congresso continua com a aprovação das emendas parlamentares, que já atingem R$44,7 bilhões e que comprometem 22% da verba destinada aos gastos discricionários. A aprovação da “PEC do quinquênio” garante aumentos automáticos de salários para categorias do poder judiciário, a cada 5 anos. A intenção do Congresso parece ser estourar o orçamento para impedir qualquer ação do governo, que possibilite a retomada da economia. É a política do quanto pior melhor, que é ajudada pela ação do Banco Central, dirigido pelo Roberto Campos Neto (com os dias contados para sair). Dado significativo vem da reunião do Copom, de quarta-feira passada. Reduziram a taxa Selic apenas em 0,25%, contrariando o que havia sido anunciado na ata da reunião anterior. E mais ainda, não estabeleceram nenhuma indicação para a próxima queda, deixando o ambiente favorável às especulações do “mercado”, o que poderá prejudicar a trajetória de redução da Selic e criar ainda mais problemas para os investimentos.

Enquanto o BC, com Campos Neto, cria problemas internos, em aliança com a dupla Pacheco-Lira, no exterior, os parlamentares bolsonaristas difamam a imagem do país, associados a Elon Musk. Internamente, eles não cessam sua campanha de disseminação de fakes, prejudicando as ações de socorro às vítimas da tragédia no sul.

Para agravar a situação, o ambiente externo continua desfavorável, com os sionistas do Estado de Israel mantendo suas ações criminosas, em Gaza, apesar das ameaças de sanções dos EUA e das condenações advindas dos vários organismos das Nações Unidas. Com isso, as ameaças de perturbação no comércio mundial e no abastecimento das cadeias de produção continuam, e as dificuldades de restabelecimento do processo de globalização aumentam.

Por incrível que pareça, o governo ainda está conseguindo manter o processo de crescimento da economia. Os capitalistas internacionais continuam a confiar nas potencialidades da economia do país e os investimentos produtivos aumentam, garantindo mais emprego e renda. As empresas estatais voltam a investir e a Petrobrás pretende impulsionar a construção naval, novamente, com suas encomendas. Até a agência avaliadora de riscos Moodys mudou sua avaliação do Brasil para o campo positivo.

Apesar dos pesares, o país está indo para frente.