Opinião

Magníficas!

Por Lúcio Flávio Vasconcelos*

Em 2020, as professoras Terezinha e Mônica venceram a disputa para reitoria da UFPB. Mas, por uma decisão autoritária do então presidente Jair Bolsonaro (PL), não foram nomeadas. Apesar da injustiça, elas nunca esmoreceram. Continuaram em defesa dos princípios democráticos que regem a instituição.

A ação de intervenção na autonomia da UFPB não atingiu apenas as professoras não empossadas. Ela foi de encontro à decisão dos três segmentos da instituição (docentes, discentes e técnicos-administrativos) que, democraticamente, haviam escolhido Terezinha e Mônica para os cargos máximos da instituição.

Bolsonaro, ao indicar Valdiney Gouveia (que recebeu míseros 5% dos votos) para o cargo de reitor, rompeu com a tradição de nomear o candidato mais votado na consulta eleitoral, que remonta a 1988, quando o professor Antônio Sobrinho foi o mais votado e empossado. Até 2020, todos os presidentes respeitaram a decisão da comunidade acadêmica da UFPB. Menos Bolsonaro.

Administrar a UFPB não é para amadores. Ela não tem uma estrutura de poder verticalizada, sonho dos autoritários. A instituição é extremamente complexa e diversificada, com várias esferas e instâncias decisórias. Para gerenciá-la, exige competência acadêmica, experiência de gestão e, principalmente, capacidade de diálogo com seus integrantes.

As professoras Terezinha e Mônica, ao longo das suas carreiras profissionais e de gestoras acadêmicas, demonstraram que estão credenciadas para assumirem a reitoria da UFPB. A vitória acachapante com mais de 67% dos votos resulta da capacidade de convencimento e diálogo com os segmentos da instituição.

Que elas sejam nomeadas e empossadas, em respeito à vontade da maioria. Só assim será resgatada a credibilidade que a UFPB sempre teve, apesar dos últimos anos de obscurantismo em que a instituição esteve mergulhada.

*Lúcio Flávio é colunista do Política por Elas