Portugal: centro do mundo

Lisboa já foi o epicentro do primeiro império global. Em 1498, o navegador Vasco da Gama alcançou a Índia, estabelecendo uma nova e promissora rota comercial com o Oriente. Apenas dois anos depois, o nobre Pedro Álvares Cabral aportou na Bahia, dando início à conquista do Brasil.

Nas palavras de Luis de Camões, na obra Os Lusíadas, os portugueses “foram dilatando/ A Fé, o Império, e as terras viciosas/ De África e de Ásia andaram devastando”

A partir de 1500, os lusitanos estavam presentes na Europa, África, Ásia e América. Foram eles que deram início ao vertiginoso processo de globalização da economia, da cultura e da humanidade.

Com apenas um milhão de habitantes no século XVI, Portugal estendeu seus tentáculos de dominação por todos os continentes. Seus guerreiros-comerciantes combateram os muçulmanos, massacraram os indígenas e escravizaram os africanos em nome da glória militar, do cristianismo e do enriquecimento.
As especiarias do Oriente, o ouro do Brasil e o trabalho dos africanos escravizados fizeram de Portugal um imenso império colonial, invejado, odiado e cobiçado pelos reinos europeus rivais.

Seus navegadores percorreram os sete mares em busca de riqueza, prestígio e poder. Durante os séculos XVI e XVII, a língua portuguesa era falada pelos comerciantes do mundo todo.

Sem o ouro e o açúcar do Brasil, Portugal sofreu a decadência econômica. No século XIX, transformou-se numa mera sombra do seu apogeu. Foi ultrapassado pelas nações capitalistas. No século seguinte, mergulhou na ditadura Salazarista, responsável pelo isolamento internacional e atraso social do seu povo.

Mas, a partir da Revolução dos Cravos ocorrida em 1974, Portugal pôs fim ao período sombrio e o país voltou ao campo democrático e ao desenvolvimento econômico.

No campo cultural, devemos muito aos portugueses. Eles nos legaram a língua e parte da nossa cultura. Nos deram o teatro de Gil Vicente, a poesia de Fernando Pessoa e os textos primorosos de José Saramago, entre tantos outros literatos e artistas.

Portugal não é mais um império, mas continua dominando docemente todos aqueles que amam o que há de fascinante nas artes e na história.