Política com pimenta

Gervásio Maia: “o PSB vive seu melhor momento em todos os tempos de existência”

A frase do deputado federal Gervasio Maia, presidente estadual do PSB, abriu o evento de novas filiações ao partido nesta segunda-feira (17), na c mmapital;

Segundo Gervasio, o objetivo é montar um partido forte para disputar bem 2024, com novos diretórios em todas as regiões, o que é meio caminho andado para as eleições de 2026, afinal, a capilaridade da legenda Paraíba adentro será fundamental para as próximas eleições gerais.

Foram registradas 73 novas adesões, um marco nessa nova fase de reestruturação da legenda que está sob nova presidência na capital com a destituição da ex-vereadora Sandra Marrocos e a nomeação de Tibério Limeira, secretário estado de Planejamento. Mas a engorda é menos resultado da articulação da presidência do partido e mais um movimento migratório natural do jogo. Como partido do governador, que tem o poder da caneta, o PSB acaba funcionando como um pólo de atração para prefeitos e lideranças políticas do estado.

Os números comprovam: em 2020,  pós escândalos da Operação Calvário, o PSB sofreu forte desidratação, perdeu mandatos e fez apenas cinco prefeituras. Por sua vez, o Cidadania, para onde João Azevêdo migrou quando deixou o “canteiro girassol” pós rompimento com o “padrinho” Ricardo Coutinho, elegeu  47 prefeitos. Quatro anos antes, em 2016, o PSB, que comandava o estado com Ricardo, fez 52 prefeitos.

Sendo assim…

…migrar para o partido do governador é um bom negócio para gestores. Digo mais: é uma questão de sobrevivência. Estar no PSB facilita o acesso a João e a recursos que garantem investimentos nos municípios, o que faz toda a diferença para quem planeja se reeleger ou deseja eleger um sucessor no ano que vem.

Voltando a Gervásio…

…a afirmação de que o PSB vive seu melhor momento na Paraíba soa contraversa porque ignora a história do próprio partido. Poderia se aplicar se a referência fosse 2020. Só. Antes disso, o PSB despontou como alternativa ao PSDB e ao MDB, que se intercalavam no poder, perpetuando um sistema familista e/ou hierarquizado pelo poder econômico das elites paraibanas. O PSB furou a bolha, se expandiu, mas implodiu no caminho. Reconstruir o partido (no sentido de fortalecê-lo e torná-lo competitivo em cidades onde historicamente a legenda nunca venceu)  sem reconhecer sua luta em passado tão recente é, no mínimo, estranho, pra não dizer, um desserviço.

Olhando pra frente

A adesão de prefeitos é sinal de recuperação, e não só de um partido mas do campo político que ele representa. Competitivo, o PSB pode retomar espaços que passaram para o lado do centrão paraibano. A postura municipalista que marca o segundo mandanto de João está sendo determinante nesse processo que ainda não se esgotou. Em resumo: o PSB tem teto pela frente e muito espaço para crescer.