2024: grandes batalhas nos esperam

Não podemos começar este ano sem comemorar as vitórias que conseguimos, no ano de 2023, e que já relacionamos nas análises anteriores. Além dos feitos, que foram a vitória eleitoral, a gloriosa subida da rampa do palácio da esplanada e a constituição do governo, tivemos a vitória contra o golpe tentado no dia 8 de janeiro. Foi outro grande mérito das forças democráticas, capitaneadas principalmente pelo governo Lula e pelos ministros do STF. O congresso, envergonhado, foi arrastado a contragosto. Destaque-se, por exemplo, a ausência de governadores e parlamentares às cerimônias de comemoração de um ano do acontecimento. Os militares, sabiamente, nos fizeram o grande favor de se recusarem a participar e se manterem nos quarteis, para tristeza dos golpistas, principalmente do chefe deles, o “capitãozeco” e seus generais de pijama, saudosos da ditadura.

Na economia, basta lembrar as previsões dos economistas de plantão, no início do mandato de Lula. Seria o fim do mundo, o caos geral, a fuga dos capitais, o isolamento do país, o caminho para nos tornarmos uma Argentina, ou uma Venezuela, a disparada da inflação etc. Tudo saiu ao contrário. O Brasil recuperou o respeito do mundo e passou a ser consultado e cortejado pelas grandes nações, e a participar das organizações internacionais, e dos organismos multilaterais. Contra todas as previsões catastróficas, a economia moveu-se e tivemos um crescimento acima dos 3%, com uma taxa de desemprego das mais baixas dos últimos tempos e uma inflação sob controle, situando-se abaixo do teto da meta (4,75%). O dólar ficou abaixo de R$5 e a bolsa valorizou-se quase 30%. Além disso, foram aprovados o arcabouço discal e a reforma tributária que, apesar de estar longe do ideal, simplificou o sistema e tornou-o um pouco mais justo.

Tudo isto, para não falar da vitória da coalizão, resultado da habilidade do presidente Lula, e do apoio que se tem conseguido, no congresso, com grandes sacrifícios. Aliás, é irritante a sabotagem e chantagem exercidas por muitos parlamentares, que só se movem sob propina.

Por parte do Banco Central, não se espera nenhuma colaboração, pois, obedecendo sua cartilha austericida, é mantida a taxa básica Selic nos patamares mais elevados do mundo.

Por parte dos bandos de fanáticos bolsonaristas, outra coisa não se podia esperar senão a continuação das campanhas de disseminação de fakes e a promoção de todas as ações possíveis para impedir as atividades do governo. Mas, até mesmo dos partidos que compõem o próprio governo, a colaboração tem sido precária (exemplo do ministro da agricultura que se licenciou, para assumir, no congresso, e votar favoravelmente ao “marco temporal”.  Aliás, alguns destes partidos só aí estão para obter vantagens, com vistas às próximas eleições municipais. No campo político, esta é possivelmente a questão mais importante do ano, que se inicia e, não é por acaso, que os parlamentares se empenham, com tanta obstinação, em garantir suas “emendas de bancada”, para disporem de recursos para a compra de votos. O montante reservado já atinge R$53 bilhões, um bilhão a menos que todo o investimento que será feito no PAC. Para obter estes recursos, o governo foi obrigado a cortar no próprio PAC e em programas como o “Minha Casa Minha Vida”, que perdeu R$4,1 bilhões.